terça-feira, 2 de junho de 2009

O final

Cheguei a Buenos Aires, dois dias após a delegação. Os atletas já haviam treinado para se adaptar ao clima, feito compras, visitado o estádio do Boca Juniors, La bombonera, enfim, feito tour pela linda capital argentina, enquanto isso, eu passava por todo o sufoco já contado antes.
No sábado, que era o dia em que eu lutava acordo às 6h da manha, para a pesagem extra-oficial e logo passo pelo primeiro constrangimento: a pessoa que estava na pesagem, pede pra que eu tire toda a roupa (só lembrando, que eu tava coberta de feridinha de catapora) e eu não queria assustar as atletas que estavam lá, porque enfim, imagina você em outro país que não é o seu, as pessoas pensam logo no risco que você possa transmitir com essa tal doença em que você se encontra. Mais deu tudo ok.
Passado então a pesagem, fui me aquecer no ginásio, que na sexta-feira, não fazia tanto frio como no sábado, ou seja, catapora, frio... que mais me falta? Só faltava eu pegar a atleta mais forte da competição e olha que coincidência, primeira luta com a Paula Paretto, conhecida das brasileiras e só a titulo de informação, foi 3º lugar nas Olimpíadas de Pequim.
Quando vi a Paula, muito menor que eu, pensei de cara: “nesse estado em que me encontro, sem forças e ela dessa alturinha toda, vou pegar um ippon logo de cara” e foi exatamente o que aconteceu, ela me deu um seoi-nague e eu caí "linda" no dojo (local onde são realizadas as lutas).
Na segunda luta, eu já me encontrava mais concentrada e ganhei de uma chilena por estrangulamento (aliás, a menina apagou, porque não bateu), daí mais na frente, encaro uma colombiana, bem parruda. Eu agoniada por conta do frio, não conseguia nem segurar no kimono dela, parecia que tinha colocado talco, minha mão só conseguia deslizar, enfim, perdi por um yuko (que equivale a 10 pontos) no finalzinho da luta. Resultado: consegui ainda uma medalha de bronze.
Eu não sei, mas tenho pra mim, que se não fosse essa bendita catapora eu poderia ter conseguido um resultado mais satisfatório ou ter lutado melhor, mas isso eu nunca vou poder saber, porque enfim a catapora me venceu, mas o fato deu ter conseguido chegar LÁ, já foi uma grande vitória.

Roberta e eu, com a catapora no nariz (o gorro é pra cobrir os caroços da cabeça).










Um comentário:

  1. Com a catapora no meio das narinas..sjdnfkas
    Mas ainda sorridente, essa lôra..
    Parabéns (a)

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