sexta-feira, 29 de maio de 2009

Buenos Aires

Peguei catapora com 17 anos de idade uma semana antes da viagem pra Argentina. A primeira pergunta que me veio a cabeça foi; "mãe, eu não tive infância não?", porque uma coisa é uma pessoa pegar catapora quando criança, outra, é pegar quando se é adolescente e tem pela frente a-mais-importante-competição-de-toda-sua-vida.

Então, como já disse, uma semana antes de viajar, com catapora, minha passagem foi cancelada e eu chorava todos os dias, ligando pro Queiroz, pro presidente da CBJ, Paulo Wanderley pra que eu pudesse viajar. Depois de ter conseguido convencer todas as pessoas do planeta Terra, que tinha condições de lutar, minha passagem foi remarcada e viajei Teresina-Brasília sozinha, separada da Delegação do Brasil. Chegando em BSB, encontro com o presidente da CBJ e de lá partimos para o Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, a gente imagina logo um hotel maravilhoso perto da praia de Copacabana... Só imagina.

O hotel estava em reforma, com banheiros decadentes, sem descarga, chuveiro só com água vindo diretamente da Antártida, a cama parecia só de molas e fazia aquela zoadinha de cama mal-estruturada.

Passado esse sufoco, embarco para Buenos Aires...
continua..

Eu, com algumas meninas da seleção, sem aparente catapora.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Contando com a des-sorte

Sem seguir a ordem cronológica dos fatos, aqui vai mais uma história das minhas participações em campeonatos.
Quando eu era das categorias de base até meus 17 anos, eu tinha uma forte adversária, a veterana atleta pernambucana Aline Barros e a própria foi meu carma durante vários anos.

Até que em 2007 fui participar de mais uma seletiva pra campeonatos Sul-Americanos. A seletiva foi em Salvador e cogitava-se a não ida de Aline Barros para tal campeonato, porém quando eu chego ao saguão do hotel pra conferir o peso, o primeiro rosto que eu vejo... A minha amiga-adversária Aline Barros.

Foi instantâneo meu desânimo, mas não demonstrei de forma alguma.

Chegou sábado, o dia de lutas. Procurei me concentrar, não conversei com ninguém, me isolei e disse pra mim mesma: "hoje é meu dia" e foquei nisso.

Como eu nunca tinha sorte em sorteio de chaves (pra saber com quem eu lutaria primeiro), já cogitei lutar com Aline logo de cara, o que não aconteceu. Lutei com duas ou três adversárias de outros Esatdos, os quais não me recordo agora e somente nos encontramos na melhor de 3.

Para surpresa de todos e da própria Aline, eu tinha uma "arma" secreta, já que tinha lutado-perdido pra ela diversas vezes antes, então pensei: quando ela atacar eu travo a entrada dela e dou uma chave de braço. Assim aconteceu, lutei duas vezes com ela e ganhei as duas por ippon, sendo uma por estrangulamento e a outra por chave-de-braço.

Classificada então para o Sul-Americano, que aconteceria na Argentina, eu que nunca contei com a sorte...

Continua...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Tietagem


Na volta do campeonato, em Vitória, o atleta olímpico Eduardo Santos, que também estava aguardando seu voo no aeroporto de São Paulo, foi solicitado pelo atleta piauiense Lucas Araújo para uma foto. Humildemente, Eduardo atendeu ao pedido do pequeno fã, que ao ver o atleta olímpico, espantou-se com seu porte físico.
O técnico Queiroz Filho, que acompanhava a equipe piauiense, já trabalhou em 2003 e 2004 em eventos nas categorias de base com o próprio Eduardo Santos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Lilian Lopes classifica-se para Sul-Americano

No último final de semana, aconteceu em Vitória-ES (23), o Campeonato Brasileiro Sub-13 de judô, o qual servia de seletiva para os campeonatos Pan (Porto Rico) e Sul-Americanos (Uruguai). O atleta campeão estaria classificado para o Pan-Americano e o vice-campeão, garantia vaga no Sul-Americano.
E foi justamente isso que aconteceu com Lilian Lopes, que ao perder somente a final para a atleta paranaense, venceu suas outras três adversárias, do Rio de Janeiro, Amazonas e São Paulo, por ippon (o golpe máximo no judô).
Os demais atletas piauienses não subiram ao pódio, mas segundo o técnico da delegação piauiense, Abdias Queiroz, surpreendeu-se com alguns atletas, "Helena e Lucas me surpreenderam e ficaram em sétimo com apenas 10 anos", afirma ele. Pedro Afonso e Willian, não obtiveram classificação no campeonato.
Além das lutas individuais que aconteceram no sábado, o domingo foi proveitoso para os piauienses, que no campeonato por equipes uniu-se com atletas do Maranhão e Amapá, formando assim a Região Norte. A equipe masculina do Piauí venceu as equipes do Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio de Janeiro, perdendo somente na final para a equipe de São Paulo.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Troféu Mamãe de Judô

Dia 30 de Maio (Sábado);
Iate clube de Teresina;
7 - 8 anos
Iniciante - Somente faixa branca;
Graduado - Acima de faixa branca;

9 - 10 anos -
Iniciante - Até faixa cinza;
Graduado - Acima de faixa cinza;
Horário:
16 Horas para Iniciantes;
18 Horas: Graduados + Feminino;
Inscrições: R$10 para todos.

Inscrições somente com os professores.
[Professores: entregar a inscrição do(s) Atleta(s) até o dia 27/05-quarta-feira à FPIJ]

Não Haverá tolerância quanto à data de entrega das inscrições!

O horário de Funcionamento da federação é: segunda-feira das 19h às 21h; quarta-feira: das 19h às 21h e quinta-feira das 18h às 20h.

A Federação Piauiense de Judô fica localizada na Rua Amapá, 160 - Ilhotas - Teresina-PI. Fone/Fax: 3221-4689.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Minha primeira vez...


Part I

Contando um pouco da minha experiência nesses dez anos que treinei, passei por muitas coisas boas e ruins, porém tudo foi muito proveitoso e não me arrependo de nada, trouxe minhas vivências do judô pra minha vida pessoal, o que se torna um pouco óbvio, pois seria hipocrisia da minha parte viver uma coisa por dez anos e não trazer pra si mesmo.
Eu respirava-transpirava-vivia-comia-bebia-estudava-transbordava judô, pode ser um pouco de exagero, mas pra ser melhor em algo, você tem que fazer isso mesmo, dá a vida por aquilo que ama e foi isso que eu fiz. Me entreguei por completo a esse meu novo amor.
Aconteceu quando eu tinha 10 anos de idade. Meu cunhado (tinha que citar ele por aqui, acho que ele vai chorar - Renato), que praticava judô no tempo dos nossos ancestrais, perguntou se eu não queria ver um treino pra saber se eu ia me identificar e deu nisso. Paixão à primeira vista.
Lembro bem, 15 de agosto de 1997, foi meu primeiro dia, depois disso, só parei depois de 10 anos, é claro que em toda relação há amor e ódio e eu era assim também com meu amor judô, vezenquando me intrigava com ele e não queria mais nem vê-lo na minha frente, mas a raiva passava e eu tava no outro dia, treinando.
Desse modo, iniciei minhas viagens em novembro do mesmo ano, o que aconteceu muito rápido, em menos de 3meses, me vi pegando um avião com minha mãe e minha tia (que eram minhas acompanhantes no começo) pra Manaus. E foi o máximo. A delegação era enorme, familiares dos atletas e técnicos nos acompanhavam, pois o atleta de mais idade devia ter 14 anos. E foi nesse campeonato Norte-Nordeste, minha primeira medalha: Bronze, linda, grossa e pesada.
Continua...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Camponato Brasileiro sub-13

Pedro, Lucas, Victor Hugo, Queiroz, Helena e Lilian


Neste fim de semana acontece em Vitória-ES, no período de 21 a 24, o campeonato brasileiro sub - 13 que serve de seletiva para os campeonatos Pan e Sul-Americanos, que acontecem em Porto Rico e Uruguai, respectivamente. O campeão brasileiro garante vaga em Porto Rico e o vice-campeão representará o Brasil no Uruguai.
A equipe piauiense é composta pelos judocas Lucas Araújo (até 31kg), Pedro Afonso (até 34kg), Willian Araújo (até 38kg) e Victor Hugo (até 52kg), representantes da equipe masculina. Lilian Lopes (até 38kg), que em 2008 foi campeã do campeonato Sul-Americano realizado no Equador e Helena Costa (até 42kg), formam a equipe feminina. Completando a delegação piauiense, que viaja na próxima quinta-feira (21), estarão Vicente Neto e Tomaz Neto como árbitros da competiçao e Queiroz Filho como técnico do Piauí.
A falta de patrocínio ainda assombra os atletas amadores, que continuam com dificuldades para participar de competições interistaduais, "os pais desses garotos se desdobraram para conseguir patrocínio, verdadeiros leões.", conta Queiroz, que viaja com apoio da SEMEL. Lucas conseguiu apoio de úlima hora, Pedro Afonso recebeu apoio do Colégio Sinopse juntamente com a FUNDESPI. Willian, que treina na Fundação Queiroz de Judô e seu professor Vicente Neto viajarão graças ao apoio do Promotor de Justiça e apaixonado pelo esporte, o qual é faixa preta, Eduardo Borges.
Os campeonatos referentes às categorias de base, servem para que os dirigentes da CBJ fiquem de olho nos futuros representates do judô em Olimpíadas.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mais uma vez...

Queiroz (à esquerda), com os atletas de 11 a 14 anos, em 2007, no Chile.

O professor e técnico Queiroz Filho, que diga-se de passagem foi meu professor e técnico durante meus dez anos de treino, recebeu na tarde desta terça-feira (19) uma ligação do presidente da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) Paulo Wanderly, para representar não só o Piauí como também o Brasil no campeonato Sul-Americano, que será realizado em junho no Chile.
Essa convocação se deu pelo fato do presidente da CBJ já conhecer e saber a capacidade que o técnico tem para ajudar a equipe brasileira a obter bons resultados no campeonato. Werton Júnior e Antônio Fabrício que são treinados por Queiroz Filho classificaram-se para o campeonatos Sul e Pan-americanos respectivamente, "ele disse que queria uma passoa de confiança e experiência internacional a frente da equipe", contou Queiroz, que já esteve à frente da seleção brasileira por sete vezes anteriormente.
Ele ainda admite que o telefonema ocorrido às 14h o surpreendeu muito, "confesso que foi uma bela supresa a convocação, creio que além da classificação de Werton pro Sul-Americano, a de Fabrício no pan foi determinante pra essa convocação".
A seleção brasileira contará ainda com mais trés técnicos, sendo um carioca, um amazonense e um rondoniense.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

1882

Pra início desse blog, vou fazer uma pequena abordagem sobre judô no mundo, a chegada do esporte no Brasil e como veio parar em Teresina.
O judô é uma arte marcial derivada do jiu-jistu e significa caminho (ju) suave (do). De origem japonesa, tem como criador um jovem chamado Jigoro Kano, que com 18 anos, resolveu praticar jiu-jitsu pra não ser dominado por sua fraqueza física. Kano aprofundou seus conhecimentos tomando como base a força e a racionalidade e em 1882 com apenas 9 alunos, no dojo (local onde se pratica judô) Kodokan, começou seus ensinamentos judoístas.
No Brasil há duas versões para a chegada do judô. A primeira delas é que um certo professor Miura, por volta de 1903, tenha ensinado a arte marcial em terras tupiniquins, já a outra versão, que eu particulamente aceito mais, é a de que imigrantes japoneses teriam chegado ao Brasil em 1908 e trouxeram na bagagem essa o judô.
E finalmente no Piauí, em 1972, Abdias Queiroz saiu de Fortaleza e chegava à Teresina para ministrar aulas de defesa pessoal contratado pela Polícia Militar do Piauí, onde fundou sua primeira academia (1973), o Clube de Lutas Fortaleza, que em 1975 veio a chamar de Judô Clube teresinense. Seus primeiros alunos foram seus filhos (Carlson, Hélio, Robson, Tomaz, Ubirajara, Danys, Lima, Samuel e Queiroz Filho) juntamente com Francisco das Chagas Feitosa Araújo, Haroldo (já falecido) e Manoel Messias Rodrigues de Deus Pitombeira (professor da Ippon Academia).
A família Queiroz ainda se mantém inteiramente ligada ao esporte, o qual sua história se confunde com a filosofia adotada pelo judô. Vale ressaltar que a família de Abdias deu um ponta pé inicial no judô piauiense, mas há também outras participações fundamentais para o desenvolvimento do esporte no nosso Estado, as quais eu vou citando no decorrer do blog.